segunda-feira, 10 de maio de 2010

Juventude Vicentina: A Missão da juventude vicentina nos meios Universitários

“Universidade é o melhor lugar possível para uma enriquecedora transição da adolescência para a juventude e, depois, para a idade adulta; tem ainda o papel de formar a cidadania. Cabe-lhe, e talvez seja essa a sua principal função, desenvolver a inquietude do ser social”(Marcovitch, 1998).
Se você é jovem, universitário e vicentino: é ser diferente, é reconhecer os dons e ser responsável por uma grande missão! Veja que maravilha: você está no mesmo ambiente que Ozanam esteve, e onde suscitou o desejo de passar aos atos criando as conferências de caridade. Dos jovens brasileiros apenas 13,9% tem a oportunidade de participarem desta realidade (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 2008), tendo esta oportunidade aproveite para também fazer deste meio seu campo de ação pastoral e profissional, como ele o fez.
Como já disse Ozanam: “Acaso Deus não coloca em cada um de nós uma variedade de dons que correspondem precisamente às necessidades do presente que fomos chamados a viver?” O propósito que temos em uma universidade é muito mais que apenas um caminho a ser seguido para reconhecimento profissional e esperança de prosperidade. Precisamos ser jovens que buscam a justiça, desde a escolha do curso, os caminhos universitários e o futuro profissional. Somos chamados a ser diferentes, evangelizadores neste ambiente de conhecimento, mistificação e dúvidas; dúvidas das opções que podemos trilhar, e até dúvidas de nossa fé. “A medida que aumenta o nível de escolaridade dos jovens, aumenta, também, a necessidade de uma base intelectual da fé; caso contrário, muitos acabam abandonando sua fé.” (Doc 85 - 24)
Sejamos árduos estudiosos como Ozanam, tenhamos o hábito da leitura constante e discussão de idéias. Discussões entre amigos, professores, profissionais, na conferência e em nosso íntimo, confrontando a razão e a emoção de nossas escolhas juvenis. Não devemos passar pelo meio universitário sem chamar atenção pelo que estamos lutando, lutamos por uma vida digna a todos, somos jovens seguidores de Cristo, que no meio de tantos estímulos (não tão favoráveis a vida plena) tentamos ser missionários de corpo e alma.
Que a oração e a Eucaristia sejam fortalecedoras em nossa vida, e Ozanam como nosso guia. Por que foi jovem, estudioso, intelectual, e não deixou-se levar pelo prestígio de sua cátedra. Apenas serviu, e como serviu!!!
Sejamos autênticos com os professores, colegas, amigos e futuros concorrentes profissionais; são estas pessoas que de todas as formas vão colaborar com nosso desenvolvimento. - Os professores possuem conhecimentos e experiências que podem facilitar seu presente estudante e futuro profissional; - Os amigos são fundamentais! Não podemos diminuir o mérito da amizade, devemos combater os valores do sistema que nos são impostos, e que ridicularizam o valor da pessoa humana. Os amigos que nos ajudam a ver outras direções estando na mesma altura. Permanecem presentes nas angústias, diálogos, festas, provas, trabalhos e no silêncio, das palavras e do coração. Com eles nos fortalecemos, tornamo-nos gente!! - Quando alguns amigos se tornam colegas, pela afinidade e/ou ideais, devemos reconhecer o quão frutífero foi o tempo de amizade! Nem sempre utilizamos a sombra da árvore que plantamos ou percebemos a bela sombra que alguém nos deixou. Para os que sempre serão colegas, que nunca falte o respeito e consideração. - Os futuros concorrentes podem facilitar um emprego para você! E quem sabe participarem da mesma equipe?! “Quisera formar uma reunião de amigos que trabalhem juntos num edifício científico, mas sob o pensamento católico” (Ozanam).
Somos responsáveis por tudo isto durante um curto espaço de tempo, talvez 4 ou 5 anos, mas um tempo bem diferente. Às vezes um dia de provas demora mais que um bimestre de descobertas, contatos, afinidades, troca de experiências, é um tempo louco e mensurável por quem vive. É desejável que nossas atitudes cativem os jovens que estão a nossa volta, que não seja a vergonha o empecilho para seguir a Cristo. Na fé Ampère foi exemplo a Ozanam: “O terço de Ampère, fez mais por mim do que todos os livros e todos os sermões!”
Aproveitei a reflexão do confrade Sebastião M. Burin (O espírito que faz a diferença – Voz de Ozanam, v.6): “como nos diz no evangelho de São João, ‘estamos no mundo, mas não somos do mundo’ (Jo 17, 11-16)”. Jovem, neste momento considero: “estamos na universidade, mas não somos da universidade”. Que os princípios cristãos, o chamado a caridade pelo carisma do Beato Frederico Ozanam nos auxilie para que a universidade seja uma fase de aprimoramento intelectual e profissional, não para sermos mais, mas para servirmos cada vez melhor nossos mestres e senhores!
Jovens, não esqueçam: “Vocês são a luz do mundo. Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama. Ele a coloca no candeeiro, a fim de que todos os que entram, vejam a luz.” (Mt 5, 14-15)
Algumas referências: Biblia Sagrada CNBB. Evangelização da Juventude – Desafios e Perspectivas Pastorais. Documento 85. CNBB, 2008. Marcovitch, Jacques. A universidade (im)possível. São Paulo: Futura, 1998. Rivières, Madeleine Des. Ozanam um sábio entre os pobres. São Paulo: Edições Loyola, 2ª edição 1996.

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