quarta-feira, 12 de maio de 2010

Juntos podemos aprender a amar?

A questão foi estudada e debatida por jovens católicos de 93 países. O mar entre a teoria e a prática foi navegado por vários especialistas no assunto.
A teoria e a prática se distinguem, porém uma precisa da outra: a união entre elas e o proveito no aprendizado do amor é o que foi proposto dos dias 24 a 28 de março do corrente do ano, participando do X Fórum Internacional da Juventude, na cidade de Rocca di Papa, Itália, onde estavam presentes jovens de 93 países, com a amplitude do tema: Aprender a Amar.
O mundo secularizado e globalizado pode nos afastar de muitas coisas positivas e esfriar nossas relações; contudo, vivenciar a experiência do amor concreto é bem mais exigente e está bem além do amor abstrato e imaginário. Amor concreto, traduzido em afetos e ações, acontece a partir do encontro pessoal com Cristo, que é a apresentou em seu projeto de vida exemplos muito práticos para a concretização deste amor verdadeiro. Mas o que dizer do amor eros e do amor ágape? Que tão bem foi tratado por Bento XVI, na sua encíclica Deus Caritas est?
Fizemos uma viagem por diversos assuntos: “Criados para amar: a verdade e beleza do amor”; “Viver e crescer no amor verdadeiro: desafios e dificuldades para os jovens de hoje, com uma olhada na realidade juvenil atual”; “A vida como vocação”; “O matrimônio, sacramento do amor responsável por um caminho de santidade”; “A sexualidade, dom de Deus, riqueza da pessoa, linguagem de comunhão”; “Viver a sexualidade segundo o desejo de Deus”; “Novidade da vida cristã na experiência matrimonial: um amor fecundo”; “O caminho de preparação para escolha matrimonial”, dentre outros. Foram realizadas conferências, trabalhos em grupos e ouvimos vários testemunhos.
Mas, o que extraímos de tudo isso? A convicção de que é possível viver todos os tipos do verdadeiro amor, com testemunho e contemplação; que a sexualidade serve para a beleza da relação e nossa santificação e não condenação; a beleza do matrimônio sacramental e familiar, como um estado de graça; que mesmo com muitas relações em crise é possível com a presença de Deus reencontrar a presença do amor divino e humano em nossas vidas.
Buscar o verdadeiro amor abre portas para viver uma sexualidade plena de significado, que traduz a grandeza deste amor. Isso com o encontro pessoal com Jesus, que deixa marcas profundas, pois o corpo é templo e morada do Espírito Santo, portanto, deve ser morada com ternura. A família é uma pequena igreja e o matrimônio é caminho para santidade: só o amor garante a eternidade.
Há quem opte pelo caminho vocacional por uma vida celibatária, pois a castidade é ir além do que se ver no corpo, ela transcende a alma, todavia, devemos ressaltar que os vocacionados, consagrados e ordenados, são pais e mães espirituais, pois tanto o matrimônio quanto a vida religiosa são grandes atos do amor de Cristo em nossas vidas.
O Fórum nos deixou a certeza de que podemos fazer muito pelos nossos jovens brasileiros, para que redescubram o verdadeiro amor que está tão esfacelado pela modernidade e que encontrem nele a plenitude da vida e que juntos podemos aprender a amar.
Amor é Fogo que arde sem se ver...
Festejamos diversos exemplos de vida, em cada dia de cada santo. Ícones de grandes experiências de fé vivenciadas na proposta de Jesus Cristo. São pessoas que, com suas qualidades e limitações, disseram Sim a Deus de forma plena; deixaram que o Pentecostes fosse seu ponto de partida para uma vida nova para si e para os outros. Transformaram-se e transformam o mundo.
Relembremos os outros tantos santos que nós conhecemos, mas nem sempre têm dias reservados a eles. E se tem, a gente esquece. No entanto, são tão dignos de celebração quanto os mais famosos.
Da mesma forma que os santos "oficiais" da igreja responderam aos desafios de seu tempo, hoje, em nossas comunidades, temos inúmeras pessoas que fazem isso, quase sem perceber. A partir do encontro com Cristo, fazendo a experiência do amor verdadeiro, realizam a missão do discípulo missionário: fazer brotar vida e alegria em todos lugares, inclusive onde parecia não existir mais essa possibilidade.
Santo é quem tem coragem amar, por exemplo, nas conversas com a família. Sobre dificuldades do trabalho, amigos, matérias da escola, o cansaço e sonhos de cada um. Como é bom e agradável elogiar, saber ouvir o que o outro tem para desabafar, oferecer companhia... tradução do amor! Se a gente pára para pensar em quantos “santos” já passaram e continuam passando pela nossa vida (familiares, parentes, amigos, namorados...), muitas vezes desapercebidos, disfarçados, aí a gente sente bem de perto o Amor de Deus por nós. E vê como Ele cuida da gente, estando conosco através destas pessoas.
Pegue seu álbum de fotos e veja ali há um presente grandioso: a felicidade da vida. Alegria que é mais profunda se repartida com os outros. Quando a gente ama, Deus se manifesta para nós e através de nós. E aí o vemos!
Alexandre Piero – Arquidiocese de São Paulo / Pastoral da Juventude Cláudia Helena Ferreira Zago – Arquidiocese de Maringá - PR / Vicentinos Maria José dos Santos – Diocese de Penedo – AL / Conselho Nacional dos Leigos
Pe. Carlos Sávio Costa Ribeiro – Assessor Nacional do Setor da Juventude da CNBB

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